O Brasil está vivendo uma séria crise de representatividade. As pessoas estão tão descrentes com seus representantes – os políticos e os partidos políticos -, que não estão nem mais dispostas a irem votar ou, se forem, muitas preferirão votar em branco ou anular seus votos. 

Essas crises todas pelas quais o país tem passado potencializaram o desalento nos cidadãos, tanto é que nas eleições do Tocantins, no final de maio deste ano, 49% do eleitorado não foi votar ou votou branco e nulo. Ou seja, quase metade das pessoas que têm o direito de escolher seus representantes, abdicou da oportunidade de tentar eleger melhores representantes.

Votos x Vagas

E como isso afeta uma eleição? Para os candidatos, pode até contribuir, porque, para os cargos majoritários, como presidente, governador e prefeito, o que conta são os votos válidos. Brancos, nulos e abstenções são desconsiderados. Ganha quem tiver 50% + 1, que é a maioria simples. Para os cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador – quanto menos votos válidos, menor o quociente eleitoral. Porque o quociente eleitoral se dá pelo número de votos válidos dividido pela quantidade de vagas para a Câmara ou Assembleia.

No Distrito Federal, por exemplo, o número de eleitores é de mais ou menos 2,5 milhões. Divididos pelas 24 vagas à Câmara Distrital, o quociente eleitoral seria em torno de 107 mil votos. Digamos que se 30% dos cidadãos não compareçam para votar ou votem branco ou nulo (é possível que esse percentual seja maior neste ano), os votos válidos seriam então 1,75 milhão. Divididos pelas 24 cadeiras, o quociente eleitoral seria de pouco menos de 73 mil votos.

E isso é bom ou ruim para a sua campanha? Se você souber explorar esse público que está desacreditado da política e conseguir convencê-lo da sua capacidade de representá-lo com excelência, quem sabe você converta um voto inválido para um voto em você!

Como conseguir isso? Com planejamento e estratégias de comunicação e marketing eleitoral que lhe ajudem a encontrar o conteúdo certo para seu discurso e para fazer com que suas propostas cheguem aos eleitores de forma assertiva que lhes convença a exercer seu direito de voto, votando em você!

Pesquisa

Uma pesquisa do Correio Braziliense, publicada no início de junho, perguntou aos eleitores o que eles querem dos  políticos. A maioria das respostas apontou para:

– Saúde;

– Educação;

– Trabalho; e

– Transporte. 

Mas, neste ano, dois temas ganharam destaque:

– Previdência, indicando que as pessoas querem que seja feita uma reforma, mas têm críticas a alguns pontos, como idade e regras de transição; e

– Segurança pública, provocada pela intervenção no Rio de Janeiro.

Esses são temas relevantes que deverão permear os discursos dos candidatos nas eleições deste ano e que devem ser tratados de forma específica para cada público. Um bom planejamento de campanha eleitoral permite que análises aprofundadas de pesquisas como essa sejam transformadas em estratégias de comunicação e marketing eficientes para impactar até mesmo os eleitores mais céticos.

One Reply to “Como os votos brancos, nulos e as abstenções afetarão a eleição de 2018”

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